As bestas
Na passada sexta-feira no Público veio um artigo notável da Fátima Bonifácio sobre «a importância da Bofetada». A assimetria de direitos, na práctica, entre homens e mulheres é algo sobre o qual se deveria fazer mais sem esperar passivamente uma miraculosa mudança de mentalidades (que ainda assim lá se vai processado) pois como diz a autora «ninguém muda de mentalidade contra os seus próprios interesses».
Claro que há nuances nesta questão, como em todas as outras. A presença de mulheres na política, por exemplo, também se deve muito a uma falta de interesse delas. Penso nalgumas mulheres que conheço que se aborrecem com conversas sobre política, mesmo que tenham ideias políticas fortes. Contradição? Talvez não, mas é um sintoma de que a sua ausência nos foros políticos não se deve exclusivamente a um machismo do sistema.
Por outro lado, noutro tipo de meios, a assimetria de direitos deve-se quase exclusivamente ao poder do homem, poder que muitas vezes radica na primária força física. Depois de milénios de civilização a castanhada continua a ser a solução mais fácil dos problemas para quem tem força para a dar. Não os resolve, bem sabemos, mas dá a ilusão que o faz a quem a dá.
Claro que há nuances nesta questão, como em todas as outras. A presença de mulheres na política, por exemplo, também se deve muito a uma falta de interesse delas. Penso nalgumas mulheres que conheço que se aborrecem com conversas sobre política, mesmo que tenham ideias políticas fortes. Contradição? Talvez não, mas é um sintoma de que a sua ausência nos foros políticos não se deve exclusivamente a um machismo do sistema.
Por outro lado, noutro tipo de meios, a assimetria de direitos deve-se quase exclusivamente ao poder do homem, poder que muitas vezes radica na primária força física. Depois de milénios de civilização a castanhada continua a ser a solução mais fácil dos problemas para quem tem força para a dar. Não os resolve, bem sabemos, mas dá a ilusão que o faz a quem a dá.
4 Comentários:
As tuas nuances são do melhor... O artigo da FB - notável - realça a "lógica de subordinação" que gere o sistema, não o "machismo" do mesmo. Talvez assim possas repensar as tuas profundas observações sociológicas acerca das mulheres com fortes opiniões políticas mas "aborrecidas" quando têm de as discutir...
A lógica de subordinação é o machismo. E neste artigo isso pareceu-me claro. Como claro que parece o aborrecimento de algumas de vós no caso referido. Não será de todas e, possivelmente, as que eu conheço não são representativas. Hélas
Não, a lógica de subordinação não é necessariamente o machismo (a crença na superioridade do homem). Há homens e mulheres não "machistas" que participam (mais ou menos) activamente na lógica de subordinação e que contribuem para a sua perpetuação. Não devíamos confundir as duas coisas.
A lógica de subordinação não é o machismo. Este é uma das formas possíveis daquele, tal como o racismo ou o especismo. Uma pessoa não tem de ser racista para colaborar passivamente numa lógica de dominação que ideologicamente o é, eu sei. Porém a Bonifácio falava do machismo e da tolerância com que este ainda é encarado.
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