João Canijo
Saiu uma entrevista deste rapaz, no Público, há duas semanas. Fez-me pensar que alguns criadores deviam deixar as suas obras falar por eles. Estes intelectuais de outrora parecem limitar-se a repetir fracos e cansados lugares-comuns, replicando a ignorância que criticam sem disso se conseguirem libertar. (Daí que não fosse de estranhar a sua (e do jornalista) crítica sobrenceira à forma como pessoas bombardeadas diariamente lidavam com essa situação. Eles saberão a forma indicada de suportar o stress de um bombardeamento.)
Entre outras basófias, orgulha-se de minimizar o seu contacto com a actualidade portuguesa, ao recusar ver televisão ou ler jornais nacionais. Acredito que as informações que recebe sobre o que o rodeia, sem que o veja, deva vir das suas reuniões com amigos vanguardistas, cuja rede mantém a máquina que o sustenta bem oleada. Terá, então, do Portugal de hoje um conhecimento mitigado. Sobre outros mundos revelou ter um ponto de vista provinciano e assente em clichés. Assim sendo, de que sociedade percebe ele?
Se dizer que os subúrbios de Lisboa são mais deprimentes de que a cintura de favelas que rodeia a Cidade do México é de uma ignorância pueril, acrescentar que são como Cairo no seu pior é inqualificável; se bem que insultoso para as pessoas que se vêem obrigadas a viver sem condições nessas cidades.
Canijo faz parte de um tipo de pessoas que discursam como os estrangeirados do seculo XIX, sem que o nosso país seja o de então, nem eles tão dignos de atenção quanto tais estrangeirados. Seguramente crê que o mundo e o cosmopolitismo, de que sugere estar embuído, lhe advêm dos jantares e recepções que assiste quando participa em festivais. Só assim se justificam os disparate sobre o Cairo e a Cidade do México.
Um país da treta tendencialmente gera intelectuais da treta, Canijo apenas lhe acrescenta uma sobrenceria intelectual sem fundamento.
Que se fique pelos filmes.
Entre outras basófias, orgulha-se de minimizar o seu contacto com a actualidade portuguesa, ao recusar ver televisão ou ler jornais nacionais. Acredito que as informações que recebe sobre o que o rodeia, sem que o veja, deva vir das suas reuniões com amigos vanguardistas, cuja rede mantém a máquina que o sustenta bem oleada. Terá, então, do Portugal de hoje um conhecimento mitigado. Sobre outros mundos revelou ter um ponto de vista provinciano e assente em clichés. Assim sendo, de que sociedade percebe ele?
Se dizer que os subúrbios de Lisboa são mais deprimentes de que a cintura de favelas que rodeia a Cidade do México é de uma ignorância pueril, acrescentar que são como Cairo no seu pior é inqualificável; se bem que insultoso para as pessoas que se vêem obrigadas a viver sem condições nessas cidades.
Canijo faz parte de um tipo de pessoas que discursam como os estrangeirados do seculo XIX, sem que o nosso país seja o de então, nem eles tão dignos de atenção quanto tais estrangeirados. Seguramente crê que o mundo e o cosmopolitismo, de que sugere estar embuído, lhe advêm dos jantares e recepções que assiste quando participa em festivais. Só assim se justificam os disparate sobre o Cairo e a Cidade do México.
Um país da treta tendencialmente gera intelectuais da treta, Canijo apenas lhe acrescenta uma sobrenceria intelectual sem fundamento.
Que se fique pelos filmes.
2 Comentários:
E já agora, blogs da treta, não?
Ui, desses então...!
Por isso, aqui, quando discordamos, argumentamos. Mas isso não é para qualquer um, bem sei.
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