07 maio 2007

Aviso aos Historiadores.

Ontem no primeiro discurso que fez (o mesmo em que promete "reabilitar o trabalho, a autoridade, a moral e o respeito") o Sarkozy voltou a insistir que "o tempo do arrependimento" acabara.

É um dos seus temas preferidos: o arrependimento da França, uma França que, cito dum outro discurso, "não inventou a Solução Final" (maus momentos para a amizade franco-alemã; as palavras de Sarkozy foram, aliás, para os "nossos amigos americanos") e que por isso "não tem que se envergonhar". Uma França que é a "pátria dos Direitos do Homem" e que, por isso, se apresta agora a apagar as páginas do colonialismo e do colaboracionismo. O primeiro foi civilizador e o segundo nunca existiu?

A História faz agora parte daquelas disciplinas que, como a Literatura Antiga, não servem para nada. Contrariamente ao Reino Unido ("um modelo"), onde já se percebeu que um Historiador pode fazer tão bem ou melhor o trabalho de qualquer pateta licenciado em Ciências Políticas ou Gestão Empresarial, em França a História resume-se agora ao "prazer do conhecimento". Ou será que a História voltou, simplesmente, a ser um campo de batalha?

1 Comentários:

Blogger Radagast disse...

Quanto menos se sabe menos se contesta.

Daqui a uns séculos vão admirar as belas obras de engenharia financeira que se praticam nestes tempos e a UNESCO dar-lhes-á o estatuto de património imaterial.

08 maio, 2007 23:17  

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