Israel e Hamas
Este ciclo do pêndulo nunca termina. Michael Walzer disse-o há muitos anos, e continua a ser verdade: a opressão funciona como justificação para o terrorismo e o terrorismo como argumento para a opressão.
Os líderes do Hamas são responsáveis pelo bem-estar dos seus cidadãos. Isto passa, em boa parte, por não dar argumentos a Israel tanto para o bloqueio feito a Gaza, como para estes ataques. O Hamas não está realmente preocupado com os seus cidadãos. Não pode estar. A sua cegueira ideológica tem efeitos quotidianos para as populações, e a sua associação ao Irão, com um líder perigosamente anti-semita, não confortam as vítimas israelitas de rockets diários. E não lhes augurarem um futuro mais tranquilo.
Israel, por seu lado, deveria colaborar com as alternativas ao Hamas. Haverá outras formas de penalizar um governo que insiste em negar o direito de existência de Israel, e em louvar mortes suicidas, mas contribuir para que os Palestinanos se unam em seu redor não me parece a melhor. Optar por ataques indiscriminados, e por fazer de Gaza a maior prisão do mundo, onde já se diz que se vivia melhor no tempo de ocupação israelita, parece-me contra-producente.
Obama disse que o ataque isrealita é perfeitamente justificado, pois se alguém lancasse rockets contra a sua casa e as suas duas filhas, ele sentir-se-ia no direito de ripostar. Não sabemos se também se acharia nesse direito caso a sua casa fosse cercada, os alimentos racionados ao mínimo necessário para a sobrevivência; a electricidade, o gás e a água cortados e ele e a sua família proibida de sair. Eu, pessoalmente, acho que a violência é uma resposta previsível a ambas as situações. Mas a violência tem de ser cortada nalgum ponto. Há que fazer um contra-fogo a este ciclo de violência, iniciado por uma ocupação injusta, alimentado por ataques a civis, promessas de destruição e um cerco que procura uma punição colectiva.
Trazem os ataques indiscriminados a civis israelitas algum bem-estar às populações palestinianas? Tem esta punição colectiva algum resultado prático para Israel? Será que a pessoas que se sentem vítimas impotentes dos ataques israelitas não verão, ainda mais, o Hamas como referente de reacção? No passado, todos os ataques a populações civis, palestinianas e israelitas, se revelaram contra-producentes, porque seriam estes diferentes? E continua a ser incompreensível que o governo de Israel procure assemelhar-se ao Hamas.
Sarkosy, mais lúcido de Obama, condenou tanto "as provocações irresponsáveis que levaram a esta situação, como o subsequente uso desproporcionado da força", porque quem se lixa é sempre o mexilhão.
Os líderes do Hamas são responsáveis pelo bem-estar dos seus cidadãos. Isto passa, em boa parte, por não dar argumentos a Israel tanto para o bloqueio feito a Gaza, como para estes ataques. O Hamas não está realmente preocupado com os seus cidadãos. Não pode estar. A sua cegueira ideológica tem efeitos quotidianos para as populações, e a sua associação ao Irão, com um líder perigosamente anti-semita, não confortam as vítimas israelitas de rockets diários. E não lhes augurarem um futuro mais tranquilo.
Israel, por seu lado, deveria colaborar com as alternativas ao Hamas. Haverá outras formas de penalizar um governo que insiste em negar o direito de existência de Israel, e em louvar mortes suicidas, mas contribuir para que os Palestinanos se unam em seu redor não me parece a melhor. Optar por ataques indiscriminados, e por fazer de Gaza a maior prisão do mundo, onde já se diz que se vivia melhor no tempo de ocupação israelita, parece-me contra-producente.
Obama disse que o ataque isrealita é perfeitamente justificado, pois se alguém lancasse rockets contra a sua casa e as suas duas filhas, ele sentir-se-ia no direito de ripostar. Não sabemos se também se acharia nesse direito caso a sua casa fosse cercada, os alimentos racionados ao mínimo necessário para a sobrevivência; a electricidade, o gás e a água cortados e ele e a sua família proibida de sair. Eu, pessoalmente, acho que a violência é uma resposta previsível a ambas as situações. Mas a violência tem de ser cortada nalgum ponto. Há que fazer um contra-fogo a este ciclo de violência, iniciado por uma ocupação injusta, alimentado por ataques a civis, promessas de destruição e um cerco que procura uma punição colectiva.
Trazem os ataques indiscriminados a civis israelitas algum bem-estar às populações palestinianas? Tem esta punição colectiva algum resultado prático para Israel? Será que a pessoas que se sentem vítimas impotentes dos ataques israelitas não verão, ainda mais, o Hamas como referente de reacção? No passado, todos os ataques a populações civis, palestinianas e israelitas, se revelaram contra-producentes, porque seriam estes diferentes? E continua a ser incompreensível que o governo de Israel procure assemelhar-se ao Hamas.
Sarkosy, mais lúcido de Obama, condenou tanto "as provocações irresponsáveis que levaram a esta situação, como o subsequente uso desproporcionado da força", porque quem se lixa é sempre o mexilhão.
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