09 março 2006

Disparate óbvio

Hoje na edição do The Independent podemos ver como alguns dos neocons que apoiaram, incentivaram e até exigiram a invasão do Iraque vêm dizer que esta foi um erro, que não deveria ter sido realizada e muito menos assim.

Dizem o óbvio, o que muitos já tinham dito na altura. Claro que haverá sempre alguém a afirmar que «agora é fácil falar». Nada mais cínico e revisionista. Muita gente na altura explicou, como se estes génios fossem muito burros, o que muito provavelmente iria acontecer. Não quiseram ouvir. A soberba, a ganância e o fanatismo falaram mais alto. Era fácil que assim acontecesse.

Afinal de contas nenhum destes americanos ilustres tem um filho a combater naquele pântano.

5 Comentários:

Blogger Sir Humphrey disse...

O argumento de que os governantes americanos decidem levianamente sobre a guerra, entre outas razões, porque nenhum deles tem um filho a combater, é demagógica. Muitos argementos podem ser avançados para criticar a intervenção no Iraque, mas este não me parece legítimo.

11 março, 2006 13:25  
Anonymous Anónimo disse...

What a mistake to make! Então não é que me enganei na concordância?! Onde se lê "demagógica", deve ler-se "demagógico", claro. Apesar da androginia estar na moda, em gramática a distinção entre masculino e feminino ainda é importante.

Sir H.

11 março, 2006 14:09  
Blogger Radagast disse...

Claro que foi por outras razões que decidiram invadir o Iraque! A frase final (a única que comentaste) não é um argumento mas apenas uma constatação. Aproveito para constatar também que tu achas isso apenas uma coincidência.

11 março, 2006 15:13  
Anonymous Anónimo disse...

Não fiz mais comentários porque a respeito da guerra do Iraque já falámos e escrevemos amplamente e, no essencial, mantenho tudo o que disse e escrevi.

Sir H.

11 março, 2006 20:39  
Anonymous Anónimo disse...

"Aproveito para constatar também que tu achas isso apenas uma coincidência."

Em que ficamos? É argumento ou não é argumento? Se não é argumento a frase citada não faz qualquer sentido pois aponta para mais do que uma simples constatação.

Já agora aproveito para dizer que as tuas óbvias descobertas são teleológicas. E estou à vontade para o dizer pois fui contra a intervenção. (invasão, se preferirem). Não era nada óbvio na altura que o Iraque não tinha armas de destruição massiva. Que a invasão foi um erro parece-me indiscutível, por outras razões, mas isso não significa que na altura a discussão não estivesse inquinada e não houvesse um instrumentalização da certeza por ambas as partes, designadamente em relação às armas de destruição massiva. Ao contrário do que na altura se dizia ninguém podia afirmar a sua existência ou inexistência. Todos os dados apontavam para essa incerteza e, claro, ambas as partes, muitas vezes recorrendo à batota, afirmavam aquilo que não sabiam- a incerteza dos dados é suportada por todos os que estavam no terreno (seja funcionários da ONU, seja espionagem). O resto é pura retórica. Volto a esta questão das armas de destruição massiva pois se não me engano - permite-me este momento Zandinga - isso é um dos teus trunfos para dizeres que "era óbvio".

BB

11 março, 2006 22:08  

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