20 maio 2006

Jacobinices


O PS pretende retirar ao Cardeal Patriarca o lugar que, de acordo com as regras protocolares, lhe está atribuído nas cerimónias oficiais. Não há, porém, qualquer razão válida que fundamente esta proposta. Desde logo porque a presença do Patriarca em cerimónias públicas não é, nem jamais foi, uma questão controversa na sociedade portuguesa. Por outro lado, as relações entre o Estado e a Igreja Católica há muito que estão pacificadas e bem definidas. Last but not least, Portugal, tal como sucede de resto nos demais países ocidentais, está profundamente ( eu diria excessivamente ) secularizado, donde a influência da Igreja sobre a sociedade é hoje imensamente menor do que há 40 ou 50 anos, não constituíndo - porque não tem o poder, mas também porque não tem a vontade - um contra-poder que ameace a plena soberania do Estado ou as liberdades dos cidadãos. A laicidade é, para o bem e para o mal, um valor solidamente estabelecido. A presença de D. José Policarpo em actos públicos não decorre de qualquer posição de poder da Igreja no Estado, mas apenas de um acto de cortesia deste em relação àquela.
O que motiva, então, os socialistas ? Só podem ser o restos bolorentos do anti-clericalismo radical e agressivo do sinistro Dr. Afonso Costa que continua a habitar as mentes de um certo PS, herdeiro do republicanismo mata-frades e que, aparentemente, ainda tem pesadelos com jesuítas malevolentes e bispos miguelistas. Querendo mostrar sinais de vida, o moribundo PS republicano, socialista e laico de vez em quando ainda estrebucha, escolhendo quase sempre o mesmo alvo - a Igreja Católica. Em suma, proposta socialista é extemporânea, desnecessariamente hostil e ideologicamente motivada.

1 Comentários:

Blogger Radagast disse...

País excessivamente secularizado é coisa que não existe. Mas que há coisas desnecessárias lá isso há.

20 maio, 2006 23:20  

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