Meeting Francesco.
Esta semana estive em Assis. Não sendo eu moça devota, nutro alguma simpatia pelo São Francisco (por razões puramente provincianas também gosto do Santo António). Gosto dele por causa do Irmão Sol e da Irmã Lua, porque falava com os lobos e porque pregou aos pássaros. Justamente: os pássaros. Muito mais entusiasmante do que ver os frescos do Giotto pela primeira vez foi descobrir que num erimitério não muito longe de Assis se encontrava A árvore onde ele pregou aos pássaros. A árvore: THE tree! Animada com a ideia de ver UMA árvore, movida por um inusitado sentimento para-peregrínico, convenci o meu companheiro de viagem a conduzir-me montanha acima! A árvore ali tão perto!
Caía o dia, a luz era perfeita, assim como que em tons de milagre sobre magnífico bosque outonal e ali estava A árvore. A árvore - THE tree - é uma oliveira raquítica sustentada por uma viga. E eu sem querer acreditar. A repetir que não podia ser, que não era certamente A árvore onde São Francisco pregou aos pássaros. "Porquê?" - perguntou o meu companheiro de viagem. E eu, sem hesitar: "Porque no filme do Rossellini A árvore não é assim".
Foi preciso ir ao eremitério de Assis para ter uma revelação: a minha devoção existe, e é de celulóide.
Roberto Rossellini, Francesco, Giulliare di Dio, Itália, 1950.
2 Comentários:
O Radagast do Catolicismo
De facto, o São Francisco foi ao Egipto...
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