Mea Culpa: ou a Revolução começa aqui.
Este ano apanhei o avião 18 vezes (incluindo idas e voltas). Dessas 18 vezes, 12 foram com companhias de aviação low-cost.
Segundo os meus cálculos, 4 desses trajectos teriam facilmente sido feitos de combóio (Paris-Veneza); e outros 4 com um bocadinho de vontade também (tanto Paris-Lisboa como Paris-Dublin são comboiáveis). Os restantes 3 vôos em companhias low-cost cobriram trajectos mais longos, às vezes de mais de 2000 kilómetros (no admirável mundo novo tudo é diferente, sobretudo as distâncias).
Alguns dirão que estou maluquinha, mas eu acho que não. Os vôos low-cost - nomeadamente os de curta-distância, como os dentro da Europa - são um presente envenenado, devido ao aumento exponencial de tráfego aéreo que implicam. E, quem diz aumento do trágefo aéreo, diz aumento das emissões de CO2 (tanto no solo como na atmosfera).
Por isso decidi que - sempre que possível e dentro da medida do razoável - vou evitar os vôos low cost (e obviamente os high cost) dentro da Europa.
Vão-me dizer que sou uma gota no oceano; ou pior, que quero limitar a nossa capacidade de viajar e regressar aos velhos dias do Grand Tour em que só os mais abonados saíam de casa. Não é verdade. A minha cruzada não é contra as low-cost, mas contra um modo de vida egoísta e mesquinho que espera sempre que as (tão desejadas) mudanças lhe sejam impostas por outrém. E o que eu quero não é viajar menos, é viajar de forma diferente. Mesmo que isso implique perder (ou ganhar?) mais tempo e pagar um preço que, no final das contas, não é de todo injusto.
1 Comentários:
Acho que parte do ónus está também em quem deve criar combustíveis mais limpos e aeronaves mais eficientes.
Infelizmente, para a maior parte das pessoas, o tempo de férias é curto e obrigá-las a tomar um meio de transporte demorado pode implicar que simplesmente não viajem.
Dito isto, tal parece-me um preço muito pequeno a pagar para manter um planeta sustentável. Não podemos perder de vista a floresta apenas para podermos continuar a fazer florescer a nossa árvore do egoísmo.
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