26 julho 2007

Olhe que não, olhe que não....

«Enquanto a Inglaterra proclama vitória contra a directiva europeia que obriga as empresas "a assegurar a segurança e a saúde dos trabalhadores em todos os aspectos ligados ao trabalho", continuam [os intelectuais conservadores] a apresentar o direito social europeu como uma encarnação do mal.»

Hoje, no Público, Rui Tavares refere-se a Inglaterra como se fosse um ninho do capitalismo selvagem. Quem a conhece sabe que está longe de ser tal coisa. Isto de ser um estado economicamente liberal que não desampara socialmente os cidadãos parece fazer confusão a certas pessoas, que têm tanto de inteligentes quanto de dogmáticas.

Inglaterra (para minha tristeza) continua a servir de âncora ao projecto europeu [Sir Humphrey (não o "nosso") explica bem o espírito por trás da coisa (que ao "nosso" bem agradará :-) ] e é isso que explica a rejeição da directiva referida, pois poucos países há que se preocupem ad nauseam com a segurança e saúde dos trabalhadores como aqui. Adiante.

2 Comentários:

Blogger rui tavares disse...

olhe que não, olhe que não... eu não apresento a Inglaterra como se fosse um ninho do capitalismo selvagem. agora é verdade que o governo inglês fez o possível para mutilar a directiva da segurança no trabalho, que como directiva europeia bem daria jeito a países com estatísticas antipáticas de acidentes de trabalho, como Portugal. finalmente, usei esse exemplo para notar como muita gente fala mal das directiva europeias sem sequer reconhecer como elas nos salvam vidas, pelo menos a nós portugueses... se calhar não me expliquei tão bem como poderia, mas é isto que está lá. "capitalismo selvagem" é expressão que não faz grande parte do meu discurso.

26 julho, 2007 18:51  
Blogger Radagast disse...

Não tenho conhecimento detalhado da legislação relativa à segurança no trabalho, nem da portuguesa nem da britânica. Falo apenas por experiência própria e, pelo que vejo, os cuidados que há por aqui há com a segurança dos trabalhadores nem se comparam, infelizmente, com as negligências grosseiras que ainda se verificam em Portugal. Admito que possa estar enganado mas não creio.

Claro que a protecção dos postos de trabalho é muito menor na Grã-Bretanha, mas a forma como a sociedade e os serviços do estado estão organizados permitem um dinamismo económico que não ignora as pessoas, e a ideia que me transmitiu parte do artigo não foi essa. O que também pode ter sido lapso meu.

E não haja dúvidas que a legislação europeia tem feito maravilhas para melhorar as condições de vida em Portugal. Que as perdas de soberania que tantos temem sejam todas dessas (que não são, mas isso é outra história).

26 julho, 2007 23:20  

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