O que esperamos da Europa?
A Turquia continua a comportar-se como a entrada na União Europeia fosse um direito adquirido. E a Europa só agora dá ténues passos na tentativa de demonstrar que não é bem assim. Até há pouco tempo atrás temeu afirmar as suas convicções, das quais não tem de se envergonhar.
Mesmo que quiséssemos minimizar o genocídio arménio, a xenofobia em relação aos curdos, a pena de morte suspendida apenas há um par de anos ou a perseguição moral, física e judicial de quem põe em causa a identidade turca, não poderíamos ignorar a sobranceria com que a Turquia quer negociar as suas condições de entrada na União Europeia, o que já pode dar uma ideia da sua postura quando eventualmente se encontre integrada na organização. Além da novidade que traz a cena diplomática internacional de um país querer entrar numa organização a qual não reconhece inteiramente.
A Europa ocidental tem uma história de atrocidades, tanto cometidas no seu seio como a povos exógenos. Nesse particular não é caso único; aliás, não conheço nenhum espaço geográfico-cultural que não as tenha cometido. No que é caso único, pelo menos até agora, é na capacidade de autocrítica. É essa capacidade que tem permitido a consolidação de um espaço de liberdade e respeito pelo outro notável. De tal modo notável que corre o risco de cair em extremos autofágicos. Aceitar no nosso seio um país como a Turquia, que desrespeita as suas minorias e não permite liberdade de expressão e opinião tal como nós a entendemos (e que terá, fruto do seu peso demográfico, uma influência muito grande nas decisões a tomar pelas instituições comunitárias), é um risco que não se deveria correr. A verdade é que nos comprometemos em negociar e agora há que cumprir a palavra (caso a Turquia cumpra as condições). Creio que apenas nos resta protelar o mais possível a entrada turca.
Tomámos muitos pequenos e demorados passos que consolidaram o maior período de paz na história da Europa e sabemos que a destruição é tarefa mais simples do que a construção. Não podemos tomar nenhum dos valores estabelecidos como um dado adquirido. Como sabe quem me conhece, não me move nenhum sentimento antimuçulmano, apenas tenho a minhas reticências ao que se pode tornar um corpo estranho num organismo que se sara gradualmente de feridas seculares.
Mesmo que quiséssemos minimizar o genocídio arménio, a xenofobia em relação aos curdos, a pena de morte suspendida apenas há um par de anos ou a perseguição moral, física e judicial de quem põe em causa a identidade turca, não poderíamos ignorar a sobranceria com que a Turquia quer negociar as suas condições de entrada na União Europeia, o que já pode dar uma ideia da sua postura quando eventualmente se encontre integrada na organização. Além da novidade que traz a cena diplomática internacional de um país querer entrar numa organização a qual não reconhece inteiramente.
A Europa ocidental tem uma história de atrocidades, tanto cometidas no seu seio como a povos exógenos. Nesse particular não é caso único; aliás, não conheço nenhum espaço geográfico-cultural que não as tenha cometido. No que é caso único, pelo menos até agora, é na capacidade de autocrítica. É essa capacidade que tem permitido a consolidação de um espaço de liberdade e respeito pelo outro notável. De tal modo notável que corre o risco de cair em extremos autofágicos. Aceitar no nosso seio um país como a Turquia, que desrespeita as suas minorias e não permite liberdade de expressão e opinião tal como nós a entendemos (e que terá, fruto do seu peso demográfico, uma influência muito grande nas decisões a tomar pelas instituições comunitárias), é um risco que não se deveria correr. A verdade é que nos comprometemos em negociar e agora há que cumprir a palavra (caso a Turquia cumpra as condições). Creio que apenas nos resta protelar o mais possível a entrada turca.
Tomámos muitos pequenos e demorados passos que consolidaram o maior período de paz na história da Europa e sabemos que a destruição é tarefa mais simples do que a construção. Não podemos tomar nenhum dos valores estabelecidos como um dado adquirido. Como sabe quem me conhece, não me move nenhum sentimento antimuçulmano, apenas tenho a minhas reticências ao que se pode tornar um corpo estranho num organismo que se sara gradualmente de feridas seculares.
2 Comentários:
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
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