30 junho 2007

Mr. Brown


Como, por razões técnicas que a minha info-ignorância impede de solucionar, não consigo escrever comentários, respondo aqui ao comentário da Clara d'Ovo ao meu último post.
Confesso que a ambiguidade do post "Welcome Mr. Brown" foi deliberada, uma blague no blogue. Mas, como bem disse a Clara, quem me conhece ou quem me lê ( haverá alguém, além dos autores do Feno? ) sabe perfeitamente o que quis dizer.

A bufaria desenvergonhada

Eu ando longe e quero MESMO que as coisas corram bem em Portugal mas isto já começa a ser demais. Eu nem sabia que o Charrua tinha sido condenado... Entre diplomas falsos e bufonisses as coisas estão a ir por um caminho desagradável. Gostava de saber o que dizem os opinion makers que faziam do Cavaco um ditador eleito. Muitos deles nem devem poder dizer nada porque ou são eles mesmos a fazer isto ou andam pelo governo e respectivos subúrbios.

Já não é vergonha30.06.2007, Vasco Pulido Valente
Depois do "caso Charrua" (que, para espanto de quem se julga num país democrático, acabou mesmo condenado), aparece agora um novo caso. As circunstâncias são parecidas. Parece que o médico António Salgado de Almeida, vereador da CDU, durante um fim-de-semana, resolveu pôr numa parede do Centro de Saúde de Vieira do Minho uma entrevista do ministro Correia de Campos. Nessa entrevista, Correia de Campos dizia que, no caso de ter a vida em risco, não iria a um Centro. O crime estava em que, por baixo desta declaração, alguém escrevera "Façam como ele. Vão a uma urgência de Braga" ou coisa equivalente. Aqui apareceu uma figura já típica do regime, o denunciante, na previsível pele de "um membro do PS". O denunciante fotografou a entrevista, agora promovida a "cartaz", "pediu o Livro Amarelo para fazer um queixa" e comunicou o escândalo à autoridade política, ou seja, à Administração Regional de Saúde (ARS/Norte).
A directora do Centro de Vieira do Minho, Maria Celeste Cardoso, não sabia do cartaz. Mas, quando soube, "repreendeu" o médico (não se percebe muito bem porquê). Infelizmente, a ARS/Norte não se deu por satisfeita. A "repreensão" não bastava para um acto tão grave. A ARS/Norte queria esmagar o celerado; queria nomeadamente que Maria Celeste Cardoso instaurasse um processo disciplinar ao médico. E, como ela se recusou, foi demitida por um ofício de Correia de Campos. Para tudo ser perfeito, Maria Celeste Cardoso é casada com um PSD, vice-presidente da Câmara de Vieira do Minho, e o Governo nomeou para a substituir um vereador ("independente") do PS de Ponte de Barca.

Welcome Mr. Brown

28 junho 2007

Stella Awards

Vale a pena conhecer estes prémios, reveladores da estupidez humana, não muito distante da cretinice de alguns sistemas judiciais. Isto da justiça poder ser exercida por pessoas com menos de 8o de Q.I. dá origem a coisas escatológicas. Por aqui poderão encontrar histórias deliciosas mas aproveito para deixar no feno o segundo prémio do ano de 2005:

#2: Wanita "Renea" Young of Durango, Colo. Two neighborhood teens baked cookies for their neighbors as an anonymous gesture of good will, but Young got scared when she heard them on her front porch. They apologized, in writing, but Young sued them anyway for causing her distress, demanding $3,000. When she won(!!) $900, she crowed about it in the newspaper and on national TV. Now, she's shocked (shocked!) that everyone in town hates her for her spite, and is afraid she may have to move. But hey: she won
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26 junho 2007

Caer Cymru

Cymru é um país cheio de castelos, chuvas e umas quantas montanhas. Ciosos da sua individualidade, ainda que menos do que os Escoceses, é irónico como os Galeses cuidam orgulhosamente dos castelos construídos por Eduardo I especificamente para os controlar.

Flint, Conwy, Beaumaris, Caernarfon, entre outros, foram construídos em torno da Snowdonia, fortaleza natural onde se refugiaram os revoltosos galeses (e que desejo conhecer em breve).

Cowny projecta serenamente as suas robustas muralhas, semelhantes em poder às hexagonais torres de Caernarfon, estas inspiradas pelas muralhas da Constantinopla romana. Porém, foi Beaumaris que me deixou verdadeiramente encantado. É um castelo com fosso! Fiquei mesmo contente e desatei a imaginar, devaneante, simpáticos crocodilos a habitar essas águas. Nunca tinha visto um fosso de um castelo com água. E depois a Ilha Anglesey (uma pessoa quase que nem dá por ter saído da ilha maior) tem umas paisagens de se lhe tirar o chapéu.

Outra coisa muito fixe é que o mar esteve sempre à nossa beira, e não era o mar cor de cocó de Liverpool.




Cymru








25 junho 2007

Obrigada!



Best postcards are always signed MM! ... e ainda tive direito a um passarinho origami, que voa agora em cima da minha secretária.

24 junho 2007

Para a Fedra - I.


A Fedra está em Washington. Cidade menos cinematográfica que a LA do DR Dude, mas ainda assim nada mal. Fedra, prometo deixar-te aqui todas as semanas umas dicas cinéfilas...

Primeiro conselho: cuidado com os discos voadores! Desde Earth vs the Flying Saucers (1956) até ao Independence Day (1997) aterram todos em Washington...

Oxford - primeira penada









Ora já pensaram uns tempinhos valentes mas, ainda assim mostro-vos em duas penadas curtitas um pouquinho do que vi pela cidade universitária por excelência, onde tive a desilusão de ter a Bodliana fechada. Maleche, não me faltava o que ver e dá sempre jeito ter uma boa desculpa para regressar. (A bibliotecas está em frente à Ponte dos Suspiros - inspirada na homónima de Veneza)

No museu de História Natural vi um simpático T-Rex, um dos poucos esqueletos integrais que existem desta criatura. Fez-me pensar nos criaccionistas que defendem que o Homem e os dinossáurios conviveram no mesmo espaço e tempo. Apenas posso supor que é gente que nunca viu o esqueleto do bicho…

Christ Church Meadow

Foi neste tranquilo espaço que o perigo apareceu do sítio mais improvável. Uma bonita menina, com uns quarto anos, afirmava repetidamente, e de forma convincente, «I’m a big bad bear». Não querendo ser vítima de tão feroz criatura, fugi para a Torre da University Church of Saint Mary the Virgin ver as vistas (foi aí que encontrei o protector de cabeça para Dr. Dude’s de há uns largos post’s atrás). A subida foi um pouco penosa, pelo esforço, tempo e paciência dispendidos. Algo que se faz em 2 minutos tomou-me quase 10. Tive a pouca sorte de ser precedido na escalada por um simpático americano de 140kg. Este não só subia a um passo que nos convertia numa presa fácil do «big bad bear» como a sua elegante linha de cintura tornava impossível qualquer veleidade de o ultrapassar. Foi com alívio que o ouvi dizer para a sua companheira, que seguia entre nós: «There’s pidgeon’s shit all over the place». Era sinal de que estávamos quase a emergir no topo da torre.

21 junho 2007

Evangelhos satânicos




20 junho 2007

Cara Fedra

Associo-me aos votos do Radagast. Espero que tudo corra o melhor possível. Falei hoje com Teseu, senhor de Atenas, que me informou que estavas bem. Disse-me também que não vais ao jantar com Sua Excelência o PR. Tremenda injustiça! Aguardo relatos das tuas aventuras americanas aqui no blogue.

19 junho 2007

Boa viagem, melhor estadia e cá te aguardamos

Fedrisses

13 junho 2007

Wild Wild West

Em 1859 William Body encontrou ouro numa montanha cerca de Mono Lake, a quase 3000 metros de altura, num lugar que dificilmente poderia ser mais remoto. Vinte anos mais tarde o lugarejo aí fundado tinha dez mil habitantes e era a segunda cidade da Califórnia. Diz-se que a dada altura Bodie teve 65 saloons, e todos os dias alguém morria num tiroteio. Há uma história duma menina que teve de mudar-se com a família para Bodie e teria escrito no seu diário "Goodbye, God, we're going to Bodie". Segundo uma leitura mais maliciosa, a verdadeira frase teria sido: "Good, by God, we're going to Bodie".
Seja como for, quando deixou de haver ouro nos anos 40, a cidade foi abandonada, partes arderam, e partes ficaram tal qual tinham sido deixadas, até que em 1962 se criou um State Park. Desde então, as casas, e nomeadamente os seus interiores, foram mantidos em "state of arrested decay", e o resultado é isto. Quartos deixados dum dia para o outro com móveis, livros e objectos de uso quotidiano no exacto lugar onde foram abandonados, agora cobertos com o pó que o vento traz dos planaltos. Um saloon com os tacos ainda em cima da mesa de bilhar. Um globo terrestre que secou numa janela da escola. Claro, alguns do arranjos são recentes. Mas o silêncio é autêntico.

12 junho 2007

Pelo sul,

Cruzado o campo de treinos dos jovens da mocidade pompeia,


as sábias palavras da Clara D’ovo levaram-me a Paestum. E não lhe posso agradecer suficiente. Cidade grega, de templos erguidos e túmulos de arte delicada (e outra tosca, mas que importa).


Terminei a visita à cidade onde metade dos homens pareciam saídos de um episódio dos Sopranos com uma visita a Pan e ao seu Sátiro.

10 junho 2007

Mono Lake


Saindo do caldeirão de Death Valley, chega-se a Owens Valley. Outrora fértil e verdejante, este vale foi secado por uma cidade que fica 300 milhas a Sul em zona árida: Los Angeles. E quando já nada havia para sugar, os engenheiros angelenhos construíram mais canais, indo beber aos afluentes de um lago ainda mais a Norte - Mono Lake - cujo nível de água desceu quase dez metros entre 1941 e 1962. Entre os efeitos da destruição, conta-se o facto de estarem agora visíveis umas formações de calcário bizarras, originalmente criadas nas profundezas do lago onde águas subterrâneas, ricas em cálcio, se misturam com as águas do lago, ricas em carbónios.




À volta, a paisagem é majestosa, mas feita essencialmente de vento e silêncio. Vulcões extintos circundam uma gigantesca cratera quase sem vegetação. Apenas a uns quilómetros de distância, pelo contrário, uma série de pequenos lagos rodeados de florestas de pinheiros e de altos cumes ainda cobertos de neve, recordam paisagens dos Alpes suíços.


08 junho 2007

A expansão do conhecido leva ao seu desconhecimento

Parece que com a expansão contínua e acelerada do universo, e dos objectos que o compõem, quase todas as luminárias desaparecerão dos nossos céus, para longe dos olhos e do espírito.
Como diz por aqui , não vendo todas as galáxias no seu acto de expansão os astrónomos do nosso (?) futuro não saberão que o universo se expande. Pensar-se-ão numa ilha. Desconhecerão o Big Bang.
A evolução contínua, interminável e inexorável do conhecimento é, como já foi constatado muitas vezes ao longo da história, um mito.
Os criacionistas são já amigos destes astrónomos nascidos milhares de milhões de anos depois de Cristo, que categoricamente negarão a existência de universo para além do vizinho arquipélago de sistemas solares.
Da criação e da existência seremos mais centro do que nunca.
O céu será esmagadoramente negro.

06 junho 2007

Angst

Vi ontem, pela quinta ou sexta vez ( já perdi a conta ) o Orgulho e Preconceito. E, para surpresa minha, o filme causou-me, uma vez mais, um embevecimento piegas. Isto angustia-me... estarei a ficar velho ou, aterradora perspectiva - sobretudo numa idade em que tal já não é próprio -, estarei a ficar romântico?

04 junho 2007

Quer o quartinho com ou sem balázios?

Em Nova Loredo (e por todo o norte do México) os tiroteios entre o exército e os narcotraficantes, e entre os diversos exércitos de narcos, são diários.

Não passa um dia sem que alguém morra, muitas vezes apenas transeuntes, outras vezes polícias assassinados em plena esquadra ou juizes em pleno tribunal.

A fotografia é curiosa e triste.