31 maio 2006

Turn into

Os Yeah Yeah Yeahs e o seu fantástico Turn into.

30 maio 2006

escrituras

É engraçado ver como a vida das pessoas que mais escrevem neste blogue é transporta para aqui pela ausência.

25 maio 2006

Civismo.


Parar rir. E depois chorar. E depois rir mais.

A pessoa que recebeu o recado encontrou o carro enrolado numa faixa de fita adesiva daquelas castanhas.

Ladytron...

... totally rules!!!

Para ouvir ad nauseam, "Destroy everything you touch", quase com um ano de atraso.

Méléta d'espàrgou.

O meu almoço:

Cerca de 20 pontas verdes de aspargos selvagens (NR - Nota Radagast- isto é, não "coisificados" pela indústria alimentar, mas talvez colhidos de forma brutal com uma foice - gulp!), 3 ovos (NR: biológicos e de galinhas que vivem em liberdade, cacarejando e correndo felizes o dia todo), sal e pimenta, muita pimenta, preta e moída na hora.

Radagast deve ter comido uma sandes de atum, violentado por uma rede de emalhar e privado da vida num navio pouco simpático, sem que ninguém lhe segurasse a barbatana e lhe explicasse o que lhe estava a acontecer...

Caso não te arrrependas do horror com que compactuas, aconselho-te vivamente a dar uma vista de olhos na página
"A Pesca do Atum em Portugal". Vais ver que tens mais em comum com um atum do que pensavas. Por exemplo:

"Os Tunídeos são seres vivos que passam por estados ecológicos, tais como, larvas, jovens, adolescentes, maturidade sexual, estados intermédios entre as desovas."

A mim parece-me que o estado ecológico em que te encontras é o intermédio entre a desova, mas isso ultrapassa o tema do meu post ...

24 maio 2006

Iguais a nós próprios

A própria ideia de alguém se divertir infligindo um sofrimento cruel, sanguinário e desnecessário num outro ser vivo soa-me tão aberrante que me parece surreal poder ser considerada digna de uma defesa racional.

É típico do profundo egoísmo que caracteriza o ser humano catalogar o sofrimento que se provoca nos animais, noutros contextos, como um mal necessário (ou só necessário). É fruto desse pensamento que se estabelecem as tais razões fortes e as fracas referidas por AM. Claro que por mais razões que sejam lançadas à nossa consciência o facto em si não desaparece.

É certo que sempre comemos animais, mas a dada altura já não nos contentámos com isso e criámos um mecanismo que os «coisifica», que os torna mais um produto e, como tal, indigno de consideração. Assim, do nascimento ao nosso prato, os animais passam por sofrimentos cruéis claramente evitáveis.

Já a defesa das experiências científicas assenta em dois pilares:
(a) Deus colocou-os cá para nos servirmos deles a nosso bel-prazer.
(b) Simplesmente consideramo-nos superiores, manifestação clara do nosso especismo; um sentimento em tudo similar ao que «legitimou» as experiências médicas nazis ou a escravidão.

A história repete-se constantemente. A pessoa que se diverte a espetar farpas em criaturas «inferiores» é a mesma que matava cristãos em Roma, quem assiste deleitado fá-lo motivado pelo mesmo gosto de quem assistia aos espectáculos no coliseu.

O que separa um cavaleiro tauromáquico de um lacaio de Hitler ou Pol Pot é a circunstância. O gosto pelo sangue e pelo poder cobarde de infligir sofrimento a outra criatura já lá está.

22 maio 2006

Sem conhecimento de causa



A Joana Amaral arranca hoje um artigo de raiva contra o futebol. No seu feminismo empedrenido, entre mais disparates e manifestações de ódio pelos homens, diz: «Já no Europeu se notava como, mesmo em bancadas só com meia dúzia de mulheres, as câmaras as filmavam selectiva e insistentemente. Dava a ideia de que estavam muitas mulheres no estádio».

Isso apenas denota que a Joana Amaral não foi, não vai e certamente não irá ao futebol. Só lhe fica bem, se tivermos em conta o desprezo que tem por tal manifestação desportiva. Agora, se há pessoas que não faltam nos estádios são mulheres. Se calhar não são 50%, como as suas adoradas cotas desejariam impôr, mas, hélas, a ausência de paridade absoluta não é sinónimo de ausência absoluta.

Sonhar é fácil


Tendo reconsiderado a hipótese de deixar de fumar, pensei em adquirir uma cigarreira. Pesquisando na net, encontrei esta, que está à venda na Wartski de Londres. É uma cigarreira de ouro verde e vermelho, com um rubi cabouchon no fecho. Foi produzida entre 1896 e 1908 nas oficinas da Fabergé. É simplesmentre linda!...E é simplesmente impossível de comprar. Resta-me sonhar.

21 maio 2006

Calduços ministeriais


Na República Checa o ministro sombra da Sáude bateu no ministro da Saúde em pleno congresso da ordem dos dentistas. Leiam a notícia, vejam o vídeo e tentem imaginar o Luís Filipe Pereira a dar um calduço no Correia de Campos.

Olé!


A festa brava regressou a Lisboa. Finalmente!

20 maio 2006

Jacobinices


O PS pretende retirar ao Cardeal Patriarca o lugar que, de acordo com as regras protocolares, lhe está atribuído nas cerimónias oficiais. Não há, porém, qualquer razão válida que fundamente esta proposta. Desde logo porque a presença do Patriarca em cerimónias públicas não é, nem jamais foi, uma questão controversa na sociedade portuguesa. Por outro lado, as relações entre o Estado e a Igreja Católica há muito que estão pacificadas e bem definidas. Last but not least, Portugal, tal como sucede de resto nos demais países ocidentais, está profundamente ( eu diria excessivamente ) secularizado, donde a influência da Igreja sobre a sociedade é hoje imensamente menor do que há 40 ou 50 anos, não constituíndo - porque não tem o poder, mas também porque não tem a vontade - um contra-poder que ameace a plena soberania do Estado ou as liberdades dos cidadãos. A laicidade é, para o bem e para o mal, um valor solidamente estabelecido. A presença de D. José Policarpo em actos públicos não decorre de qualquer posição de poder da Igreja no Estado, mas apenas de um acto de cortesia deste em relação àquela.
O que motiva, então, os socialistas ? Só podem ser o restos bolorentos do anti-clericalismo radical e agressivo do sinistro Dr. Afonso Costa que continua a habitar as mentes de um certo PS, herdeiro do republicanismo mata-frades e que, aparentemente, ainda tem pesadelos com jesuítas malevolentes e bispos miguelistas. Querendo mostrar sinais de vida, o moribundo PS republicano, socialista e laico de vez em quando ainda estrebucha, escolhendo quase sempre o mesmo alvo - a Igreja Católica. Em suma, proposta socialista é extemporânea, desnecessariamente hostil e ideologicamente motivada.

18 maio 2006

Genocídios

A Turquia continua a negar a existência de um genocídio arménio. Assume que houve um crime mas renega o termo. A negação das culpas próprias não faz bem a ninguém, e a Turquia não é excepção.

Contudo, não se limita a negar o óbvio, processa as pessoas que o declaram, com base no artifício jurídico de «traição à pátria». Nem sequer se permite a discussão do tema, como comprova o cancelamento ainda recente, por ordem judicial, de uma conferência em que se iria discutir o tema. Como é que se pode considerar este país preparado para fazer parte da União Europeia?!

Isto para além da questão dos Curdos, que são perseguidos pelo estado de modo quase oficial.

Porém, isso não é tudo. A Turquia não reconhece ainda a República do Chipre. Está, assim, a negociar (quase a exigir) a entrada num organismo o qual não reconhece por inteiro, pois falamos de um membro de pleno direito da União Europeia.

Toda esta negociação parece assentar nas exigências Turquia às quais a UE, de consciência pesada, cede.

Prometeu-se a entrada aos Turcos. Não se devia ter feito tal promessa mas já está feita. Sendo a entrada inevitável o mínimo que se pode exigir à Turquia é que aceite os princípios mais elementares da instituição a que quer com tanta ânsia pertencer.

Very bad news


Fui informado pelas empregadas da tabacaria onde habitualmente compro cigarros que os Cartier, marca que fumo há mais de uma década, vão deixar de ser comercializados em Portugal.
Pois é! O povo só fuma Português Suave, Camel e SG e as pessoas de gostos requintados vêem-se privadas dos seus preciosos cigarros porque, aparentemente, o consumo de Cartier neste país pelintra não justifica a sua importação. I' m fed up! Como dizia o Eça, isto não é um país, é um sítio! É desta que emigro!... ou que deixo de fumar.
PS: Peço desculpa pela má qualidade da imagem.

17 maio 2006

A palhinha salva-vidas

Ah, então é no Canadá que estão os portugueses especializados!

16 maio 2006

Perigo amarelo


" Yellow clouds on the horizon

It may not exactly be an apocalyptic cloud of terror, but the UK's millions of hayfever sufferers may be forgiven for feeling anxious at news that a huge yellow dust cloud has been swirling around the east coast of England in recent days.
There have been reports from perturbed motorists who have found their cars caked in the yellow dust, and the Met Office has been inundated with calls from East Anglia, Lincolnshire and East and North Yorkshire."

Guardian, 12/05/06

Galaró Scolari

O «nosso» treinador, que há muito desrespeita a torto e a direito quem lhe aparece pela frente, desrespeita agora Agostinho Oliveira, que prestou às nossas selecções muito melhores serviços do que ele. Desde logo porque um está ao serviço dos interesses da selecção nacional e outro tem a selecção nacional ao serviço dos seus interesses.

Convoca os amigos, independentemente de jogarem bem ou mal (e mesmo não jogando) e persiste na sua teimosia porque sim. Claro que o homem quer ganhar mas com a base de jogadores que tem à sua disposição dificilmente deixará de chegar à segunda fase e aí, confrontando-se com a Argentina ou a Holanda, poderá alegar a qualidade do adversário para ficar aquém dos obrigatórios quartos. Se ganhar vangloriar-se-á que o foi graças à sua teimosia.

É tão teimoso que perdeu com a Grécia no jogo inaugural do Europeu e, ainda que mudando os jogadores, manteve exactamente a mesma táctica no jogo da final. Pouca gente chamou a atenção para o facto de, por teimosia, ter repetido os mesmos erros e assim ter feito Portugal perder o campeonato. Não chegámos à final graças a ele, chegámos apesar dele.

Como o homem dá dois gritos e intimida o «presidente» Madail pode dar-se ao luxo de não escolher os melhores, de ganhar €150 000/mês e ainda querer que toda a gente o bajule e não o questione.

15 maio 2006

Para quando?

Confrontado a confirmação de que um jornalista inglês foi morto propositadamente por soldados israelitas, que sabiam que ele era só um jornalista, o deputado Gerald Kaufman, judeu, escreveu:

«It seems to me that we have three choices. We can ask for these killers to be extradited for prosecution under war crimes legislation on this country. After all, even Colonel Gaddafi agreed eventually to the Libyan Lockerbie killers being put on trial. Alternatively, we can demand that these homicidal Israeli soldiers be prosecuted for war crimes before an international court, as Slobodan Milosevic was. If the Israelis co-operate in neither of these courses, then we should impose sanctions on what would be a rogue government»

Always Handel


Dediquei o passado fim-de-semana à audição, pela enésina vez, da Rodelinda, dirigida pelo Alan Curtis. É uma boa versão, todos os intérpretes têm um bom desempenho, mas não posso deixar de salientar a prestação de Simone Kermes, no papel de Rodelinda. Ouvi-a pela primeira vez em São Carlos, no ano passado, e fiquei impressionado com a solidez e força da sua voz. Nesta gravação, confirmam-se os predicados canoros da artista. Que voz!!! Recomendo vivamente ao lobby melómano deste blog a compra do CD.

14 maio 2006

Lowbrow

Da importância do cabelo


O problema da indisciplina nas Forças Armadas durante o PREC é recordado em diversas circunstâncias. O corte de cabelo era a parte mais visível dessa indisciplina. Mas o cabelo é decisivo noutras instituições e situações. No livro editado por Alan Sica e Stephen Turner (2005) The Disobedient Generation: Social Theorists in the Sixties, ficamos a saber um pouco sobre as taras comunitárias do Jeffrey Alexander ou as crises de fé do Andrew Abbot. Mas também é evocada, qual invariante de uma longa década de 60, a importância do corte de cabelo. Craig Calhoun é o protagonista: «(...) one day in the early 1980s a campus political leader in Chapel Hill, where I was teaching, called out from across the quad, and came running up to introduce his girlfriend. "This is Dr. Calhoun", he said, "he was in the Sixties". I was. I still had long hair, though that was starting to mean country not counterculture»

13 maio 2006

Notas da conversa de M. S. Gorbatchov com A. Cunhal

A dada altura diz Cunhal a Gorbatchov:

«Nós sublinhámos que consideramos errada também a posição do PCCh sobre a questão da adesão de Portugal à CEE. Os chineses, como é sabido, afirmam que a adesão de Portugal ao Mercado Comum corresponde aos interesses do povo português».
29 de Dezembro de 1986

A tradição preferida


Ainda não saí da dita mas já suspiro com saudades.

Venham mais cinco


Já tivemos The Cultural Turn, The Historic Turn e The Practice Turn. Venha pois The Dialogic Turn!

Calendário


Em Julho é publicada, segundo fontes altamente recomendáveis, a masterpiece de Jeffrey Alexander: The Civil Sphere. Agosto: férias em registo novo. Setembro: encerra-se a primeira das três por concluir. Outubro: exploração de espaços.

12 maio 2006

Apocalipse


Consta que a última criação dos TV On The Radio tem um tom apocalíptico. Em Junho, se entretanto o mundo não acabar, estaremos cá para apreciar o disco (pop) mais esperado do ano.

09 maio 2006

O que fazer neste caso?

No filme Os Edukadores uma jovem bate com o carro na traseira de um Mercedes. Ambos os carros ficam irrecuperáveis. Ela não tem seguro, trabalha como empregada de mesa e ganha, digamos, €1000/mês. O Mercedes é de um executivo que ganha €280 000/mês.
Ela está condenada a passar a vida a trabalhar só para pagar esta dívida. Que solução?

07 maio 2006

Um dia feliz, Mãe!

Pobre Benfica

O Koeman começa o jogo com 4 defesas e 3 médios defensivos! Como é possível o Benfica jogar em Portugal com este espírito?

A comparação com a equipa com que o FC Porto jogou ontem no Bessa serve de ilustração para o fracasso da temporada do Benfica.

Voltámos aos tempos do Artur Jorge.

Viajar pela Europa com óleo de fritar

Um ambientalista escocês parte quinta-feira do Porto para Lisboa em mais uma etapa de uma viagem pela costa ocidental da Europa num automóvel movido a óleo vegetal usado, disse à agência Lusa o próprio. Antony Berretti partiu em 24 de Abril de Calais, França, com destino a Brindisi, no Sul da Itália, onde conta chegar dentro de «12 a 15 dias», seguindo sempre junto à costa.

«A data de chegada está dependente do tempo que demorar a arranjar óleo», disse Berretti, explicando que tem estado a viajar gratuitamente, dado que só utiliza como combustível o óleo de fritar já usado que pede em restaurantes e hotéis. O automóvel é um Fiat Scudo 1.9 Turbo Diesel de série, que Antony Berretti adaptou para circular a óleo vegetal.

O ambientalista reconheceu que a combustão provoca um cheiro por vezes incomodativo, que varia consoante o óleo tenha sido utilizado para fritar peixe, carne ou batatas, mas sublinhou que se trata de um combustível muito menos poluente do que os derivados do petróleo. Antony Berretti está a viajar sem qualquer apoio ou patrocínio, pretendendo apenas demonstrar que é viável a utilização de energias alternativas não poluentes.

Para descrever o projecto, Berretti criou uma página na Internet que actualiza diariamente com informações sobre a viagem.

06 maio 2006

O pesadelo de Radagast



2 Bushes

05 maio 2006

5 de Maio 1969


1969. Grande ano para Portugal. José Cid inicia a sua carreira a solo com o álbum Lisboa Camarada e o Benfica ganha o Campeonato e a Taça de Portugal. Vem ao mundo uma das mentes mais brilhantes da geração a seguir à dele, isto é, a nossa. Para bom entendor meia palavra basta: Parabéns, BB!

... possamos nós um dia celebrar o teu aniversário na Mãe África e ao som de Bonga!

04 maio 2006

Romanidades


Ponte romana em Ossola, Piamonte

02 maio 2006

Cachimbadas e o rei monhé


Já sabemos como são as coisas. As manifestações dos latinos de ontem, que concretizaram um dia sem mexicanos, são um fenómeno curioso que deverá fazer pensar muitos dos norte-americanos ainda iludidos quanto à «prescindibilidade» destas pessoas, por eles acusados de serem invasores.

Porém, disparatar não é monopólio de ninguém (eu que o diga) pelo que há muito boa gente que «bota faladura» sem que a «bota não bata com a perdigota" (estou tão popular).

O amado sub-comandante (aqui acompanhado de Inácio, o rei monhé) mostrou-se solidário com as manifestações nos EUA. Claro que na sua dupla face de anti-globalização sem causa, lá se referiu aos norte-americanos que investem no México: «los invitó a ''ir haciendo sus maletas porque se van a ir de México. El pueblo organizado los va a expulsar. En nuestros cielos no ondeará la bandera de las barras y las turbias estrellas. Habrá de ondear de nuevo con dignidad el pendón tricolor con el águila posada en un nopal y luchando contra una serpiente. Ni modo. Hay que empezar a empacar''.»

Viva o Multiculturalismo! Viva! Viva!

P.S. Não será este senhor sub do comandante Fidel? Acho que é uma obviedade (palavra de origem castelhana que de bom grado introduzo no português pela sua clara utilidade) pouco referida.