31 janeiro 2007

Charola para Ratas



A propósito do executor.

29 janeiro 2007

Executor.

Um dos melhores nomes que já vi para aquelas maquinetas de luz lilás responsáveis pela morte de milhões de moscas em talhos e tascas. Ao jogar com as palavras executor e executioner o fabricante empurrou a crueldade para um grau superior de sofisticação.

28 janeiro 2007

Comics para todas as personalidades II

Clara D'Ovo. Que não precisa nada de informaticidades userfriendly mas que ama Mac's.

26 janeiro 2007

"novidades"


O ciberdúvidas, óptima ferramenta de trabalho para quem trabalha ou gosta da língua portuguesa, fruto de um notável trabalho de dedicação de quem o move, mudou de grafismo.
Infelizmente mudou para pior. Não me move neste comentário qualquer preconceito "ao que é novo", apenas a constatação de algo evidente.
A parte mais chata é a funcionalidade. Foram-lhe acrescentadas algumas úteis particularidades mas se havia coisas mal mas uma delas não era ter um campo logo na página inicial para se introduzir a palavra "duvidosa". Agora andamos perdidos até dar com ela. Parece algo típico da nossa cultura, uma coisa para ser boa não pode ser simples. Ser simples é pouco prestigiante, granjeia-nos pouco respeito. Porque fazer algo simples se se pode complicar?
Depois...lá tinha de aparecer o omnipresente Cayatte. Já começa a irritar! Ainda para mais é algo sintomático do que se passa em Portugal. Alguém acumula imensos trabalhos criando um deserto à sua beira. Temos o Cayatte (já foi brilhante e está cada vez mais razoavelzinho) e depois centenas de designers (muitos deles seguramente muito talentosos) sem trabalho ou com salários miseráveis e que têm de agradecer ao Deus Cayatte se este, de vez em quando, lhe arranjar um trabalhinho pagando-lhes €600. Isto quando terá recebido €10 000 para o fazer. Ou então...imigram.
É o retrato do tecido social e económico português
Continuarei a frequentá-lo pois o conteúdo é notável mas lá que há coisas que irritam....

25 janeiro 2007

Etimologias.

Depois da vista de olhos quotidiana pela imprensa nacional, vem-me quase sempre uma palavra à cabeça. Hoje resolvi procurar a sua origem etimológica e, surpresa!, "mesquinho" vem do acádico (!) "mushkênu" (aquele que se prosterna e que se submete) através do árabe "miskin" (pobre). E penso, que giro, uma palavra acádica! e esqueço por momentos os seus inúmeros significados (tacanho, iliberal, ruim, avaro, insignificante, medíocre, miserável, somítico).

Comics para todas as personalidades


Versão MM. Reunião com orientador luso. Dezembro de 2006.

24 janeiro 2007

Oliveira Marques

Mais vale tarde do que nunca.

Só agora conheci o fantástico www.phdcomics.com

22 janeiro 2007

♥ Britain

Leio no The Guardian, a propósito das pessoas que estão a pilhar objectos dados à costa, oriundos dos contentores do MSC Napoli:

(...) it is legal to salvage goods under certain conditions in the Merchant Shipping Act 1995 (...)

Uma verdadeira nação de piratas!

Só falta mais uma.

Distinction. Parabéns MM.

Some have Hollywood Boulevard ...


... others "les planches de Deauville".

Que é uma forma de dizer: we all get what we deserve.

Mais Normandia.



Faltam o vento, o barulho do mar, o cheiro do mar, as ostras (o sabor do mar), um caranguejo e uma miúda portuguesa a dizer adeus aos ingleses de Portsmouth do outro lado da Mancha (e um francês "giving them the finger"...).

O mar, o mar!



Deauville, sábado ao cair da noite.

21 janeiro 2007

Gajo rijo

20 janeiro 2007

...and we like to have a free internet...

Para quem acredita em conspirações. E para quem pensa que é possível lutar contra elas: save the net

19 janeiro 2007

We press the button...


... but they don't do it ANYMORE!!!

"Kodak ne développera plus de photos argentiques en France. Le dernier laboratoire de la firme américaine consacré à cette activité dans l'Hexagone a fermé ses portes vendredi 19 janvier à Créteil. (...) Kodak, qui tirait sa renommée de l'argentique, a beaucoup de mal à s'adapter à l'évolution du secteur, tout comme Fuji ou Agfa. (...) Les fabricants d'appareil photo ont également dû s'adapter : en 2006, les groupes japonais Canon et Nixon ont annoncé qu'ils arrêtaient de fabriquer des appareils argentiques."

in Le Monde.

Interdisciplinaridades

Enquanto estava a coscuvilhar o site de um tipo francês guru de bases de dados relacionais (que a propósito passa o tempo todo obcecado com a decadência do sistema educacional e a queda da civilização ocidental...) descobri o blogue 3 quarks daily. Aqui se discute arte, literatura, ciência, política, entre outras coisas. Têm de ir ao site, nem que seja para ver os perfis destes senhores e senhoras. E mais não digo..., vejam por vocês.

Entente Criminal

Memória = Montagem.


Ainda a propósito da Anita: Também me lembro de ler, quando estava na 4ª classe (e durante as aulas), As memórias de um burro da Condessa de Ségur. Era uma edição muito velha, de espinha azul, que devo ter encontrado em casa de uma das minhas avós. Acho que o livro me deve ter impressionado bastante, porque quase quinze anos mais tarde adoptei um burro chamado Oscar. Não me lembro de nada da história, a não ser que o burro era muito infeliz e que sofria muito. Na verdade, hoje, folheando imaginariamente o livro, revejo um filme do Bresson. Salvos pelo cinema, sempre...

Ervilhas.


Ontem havia ervilhas no mercado (ervilhas em Janeiro?). Enquanto olhava para elas pensando se teria ou não paciência para as descascar, a minha memória foi desancantar, repentinamente, os livros da Anita.

Não sei quem me dava os livros da Anita - certamente não os meus pais - mas alguns episódios ficaram-me gravados na memória. Num certo "Anita na cozinha", a Anita descascava ervilhas para fazer sopa. Descascar ervilhas parecia ser a actividade mais divertida do mundo; e a sopa de ervilhas uma iguaria sem par.

Mas o melhor está para vir. Percorrendo hoje o catálogo dos livros da Anita, percebo que quem quer que tenha sido a pessoa que me ofereceu os livros da Anita, acreditava saber o que estava a fazer. A Anita servia para educar uma menina em tons pastel (e os que me conhecem sabem bem o que sinto em relação às cores pastel). Porque a pessoa que me ofereceu os livros da Anita escolheu QUATRO:

Anita na cozinha. Anita Dona de Casa.
Anita Mamã. Anita e o Dia da Mãe.

Acho que não precisa de comentários. Por isso ontem não comprei as ervilhas.
P.S.: A Anita é belga e chama-se Martine.

18 janeiro 2007

"e tudo o vento levou" ou "um dia de calamidade em Manchester (e no resto do uk...e do norte da Europa)"

Ser bom é chato para o Nuno

E pronto, o engenheiro conseguiu o que queria. Enviou o Kikin para o México por falta de coragem de tirar o Nuno Gomes quando deveria. O próximo ponta-de-lança vem apenas fazer número, pelo que a sua qualidade é um elemento despiciendo. Servirá para fazer número e dar mais uns cobres ao(s) intermediário(s). Ainda por cima vai para os Tigres, que lutam com os Pumas para não descer. Como o Kikin é bom isso é uma chatice.

Se casares, vives até aos 100.

No Público de hoje:

«Um estudo norte-americano divulgado na reunião anual da Sociedade Americana de Sociologia, no Porto, conclui que o casamento faz bem à saúde. O estudo, realizado pela Universidade de Ohio, sustenta que "casar fortalece o sistema de defesa do organismo e contribui para a resolução de problemas de depressão".»

17 janeiro 2007

FA Cup


Ontem fui ver o Manchester City - Sheffield Wednesday. Uma equipa da 1ª contra uma da 2ª. A da segunda levou cerca de 10 000 (!) adeptos que aplaudiram e festejaram a sua equipa depois te ter sido eliminada. Ambas equipas jogaram para ganhar. O jogo, mesmo se não brilhantemente jogado, foi emocionante; jogadas de perigo constante, treinadores a querem ganhar o jogo, jogadores que não se atiram para o chão (às vezes aguentando cargas sucessivas), público a aplaudir em vez de insultar e assobiar. Bolas...nem o futebol me faz querer regressar a Portugal...

3-1=2 ou só faltam duas.

Resultado: Distinction. Quero agradecer publicamente aos infinitos recursos linguísticos do Dr. Dude. Sem eles teria ficado uns pontos abaixo. Quanto ao próprio que regresse depressa.


PS- Vou para Londres dia 20. Nessa terriola deixei todo o material necessário a contactos skypianos.

16 janeiro 2007

Hoje, apetecia-me ...

15 janeiro 2007

A realidade é mais estranha que a ficção.

«Britain and France talked about a "union" in the 1950s, even discussing the possibility of the Queen becoming the French head of state, it was reported today.»: (Guardian). Gostava de saber a opinião do Sir Humphrey...

Esperança: repto à Fedra.

Continuando a ler o Público:

Cerca de mil pessoas aguardavam esta madrugada, numa fila de duas horas, para visitar a exposição de Amadeo Souza-Cardoso, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, que termina às 24h00. Inaugurada a 14 de Novembro de 2006, a exposição tem sido uma das mais visitadas de sempre na Fundação Gulbenkian, com 85 mil entradas registadas até às 01h00 de hoje.

Bem sei que tudo isto tem a ver com fenómenos de moda, mas eu estou-me nas tintas. Se a moda ditar que (finalmente) a cultura está na moda em Portugal, eu acho bem. Este fim-de-semana no Pompidou (como todos os fins de semana) havia fila para entrar, fila para comprar bilhetes, fila para entrar no cinema (vi quatro filmes este fim-de-semana, oh Dude!), fila para ir à casa-de-banho e fila para sair do centro. Como os portugueses gostam de filas (ver hipermercados) e de maranhal (ver centros comerciais), está na hora de termos um centro cultural à nossa altura, cheio de filas e de maranhal a CONSUMIR cultura. Para podermos dizer, como gostamos, que já temos a "nossa" Tate ou o "nosso" Pompidou e para que de uma vez por todas algumas cabeças bem-pensantes percebam que nem só de futebol vivem os Portugueses.

Fedra, que dizes do Amadeo?

Sem comentários...

Também hoje no Público: «O bispo de Bragança, D. António Moreira, terá equiparado hoje o aborto à pena de morte, usando como termo de comparação o enforcamento do ex-Presidente iraquiano Saddam Hussein, no passado dia 30 de Dezembro, noticiou a agência AFP. "Todos ficaram horrorizados com a execução de Saddam. O aborto é apenas uma variante da pena de morte".»

Alguém me arranja um voo baratinho para Lisboa, dia 11 de Fevereiro?

Vacinas.

Leio no Público que a vacina contra o cancro do colo do útero vai começar a ser comercializada em Portugal. Ainda bem. Eu já sou demasiado velha para a tomar (menos quatro anos e ainda passava), mas não faz mal. Já sabia que Portugal era o país da União Europeia com a maior taxa de incidência da doença (e sim, este é um cancro que em 95% dos casos é causado por um vírus), mas não sabia que morria uma mulher por dia. Uma mulher por dia é muito. É muito sobretudo quando o cancro do colo do útero é facilmente despitado; e, quando detectado a tempo, pode (quase sempre) ser curado. Mas, que eu saiba, em Portugal não há campanha articulada de despitagem e, pior do que isso, ainda há muitas mulheres que negligenciam a visita ao ginecologista. É duplamente indesculpável: a inacção do Ministério da Saúde (faça-se uma campanha como a do cancro da mama) e a irresponsabilidade ignorante das pessoas.

Ódio mútuo

Já todos sabemos que nada como um inimigo comum para unir gente desavinda. O inédito no novo grupo parlamentar europeu é que o que os une é o ódio que têm uns aos outros.

Awards Season


Confesso que nunca vi o Homem das Neves de 1961. Mas ontem à noite, apanhei uma fabulosa sessão dupla na Cinemateca de Santa Monica: Letters from Iwo Jima (5 estrelas) e Die Leben der Anderen - The Lives of Others (4,5). Caí na cama às duas e meia da manhã, sem sono nenhum. Hoje, o despertador tocou pelas nove para que eu pudesse estar na fila da Cinemateca de Hollywood às 11. Motivo: uma discussão pública dos realizadores de todos os filmes nomeados para Melhor Filme Estrangeiro nos Golden Globes. Clint Eastwood (Iwo Jima), Guillermo del Toro (O Labirinto de Pan), Florian Henckel (Die Leben), Pedro Almodóvar (Volver) e Mel Gibson (Apocalipto). Os últimos dois acabaram por não aparecer, mas com os três restantes, fez-se a festa. Duas horas de fogo de artifício.
Depois dum breve descanso, outro screening, desta feita na Director's Guild. Man in the Chair, de Michael Schroeder (menos bom). E na semana que começa amanhã? Talvez umas sessões duplas da integral Kurosawa, ou uns screening do BAFTA... A fauna nestes eventos é espantosa...
Pergunto-me como foi possível passar aqui três meses sem ir aos cinemas. A MM salvou-me dessa triste situação pouco antes do Natal. Em Roma, sê romano, em L.A., vai aos movies. Como é que esta me tinha escapado?

P.S. Se puderem ver este filme algures, vale mesmo a pena. Amu, de Shonali Bose, realizadora indiana radicada em Los Angeles, constitui a primeira reflexão cinematográfica sobre os massacres de Nova Deli (1984), quando multidões de hindus enfurecidos pela assassinato da presidente Indira Gandhi - mas também instigados por políticos ainda hoje no poder - mataram cerca de 5000 Sikhs na capital indiana (www.amuthefilm.com)

13 janeiro 2007

Correrias com 100% de humidade



Apocalypto é um filme de acção falado em iucateco, recheado de clichés típicos desse tipo de filmes. É um pouco violento mas não muito mais do que por aí anda. Visualmente é apelativo, tem umas interessantes recriações das aldeias e das cidades maias pós-clássicas. Em termos de veracidade histórica parece-me globalmente bem conseguido, ainda que tenha algumas falhas. Faz dos Maias um povo mais sádico do que realmente era (penso num par de morte injustificadas, não tanto nos sacrifícios), mostra um guerreiro surpreendido por um eclipse (coisa que jamais surpreenderia um maia que não fosse camponês) e quer tanto condensar as causas da decadência maia que mistura as crises ecológica, política e económica deste povo e das suas cidades, ocorrida no século IX, com a chegada dos espanhóis, já no século XVI. Portanto, se quiserem um filme de acção bem filmado, cuja acção se desenrola na floresta tropical iucateca, uma versão do "tiros, bombas e murros nas trombas" passada no século XVI, recomendo o filme. Se quiserem um filme com uma trama um pouco mais elaborada, de personagens com substância, cuja contextualização histórica não seja um pouco atabalhoada (ainda assim não chocante) não vale a pena.

Só tenho pena que os sacrifícios não tenham sido (ainda) mais explícitos. Sabem? É que tenho uma queda para esses momentos simpáticos.

Cinemanias.


Ontem à noite, dois filmes de seguida na cinemateca: The Full Treatment aka Stop Me Before I Kill (1961) e The Abominable Snowman from the Hymalaias (1957). Os dois de Val Guest, realizador britânico recentemente falecido. O primeiro tem um guião genial: depois de um acidente de viação no dia do seu casamento, um marido começa a sentir uma incontrolável vontade de estrangular a sua mulher (no comments). E o Abominável Homem das Neves é bueda fixe! Um verdadeiro filme de monstros! Do Yeti só se vê a mão, o pé e, no final metafísico, a sua cara "nem simiesca, nem humana, triste mas sábia". Super!

PS for Dude: No final, o que eu queria mesmo era ir a um dining comer um cheeseburger e beber um milkshake ...

12 janeiro 2007

Viagem relâmpago


A caminho do Clube de Empresários

11 janeiro 2007

Jeanine's response



1. Há dias o Dr. Dude foi visto a tomar um belíssimo caffè latte na American Bakery da Jeanine, sob o sol cândido de Santa Barbara, onde a vida corre com muito doçura. Estava acompanhado de uma moça com ar de chinoca latina, bastante gira. As baked beans londrinas , mas também o peixinho frito da Avenida de Berna, estavam longe, bem longe.
2. A moça ajudou-o a cozinhar duas vezes para os pobres americanos que os albergaram em L.A. : um salmão à portuguesa e uns medalhões de porco à alemã. Triunfo. Em terra de cegos, quem tem um olho é rei.
3. Enquanto uns americanos não sabem de facto nem comer, nem cozinhar, outros, como o meu amigo Brett originário de San Francisco, produzem todos os dias uma maravilha chamada "Californian cuisine". Muitos legumes frescos, muita fusão, muita surpresa. Nham.
4. A fusão que esta gente consegue praticar dá-me um prazer imenso. Tanto na comida como nas outras coisas. Eles podem ser bárbaros, mas, pelo menos às vezes, isso resulta numa dose saudável de atrevimento e despreocupação. Se lhes tentares explicar o dilema do azeite português fabricado segunda uma receita do Abruzzos, o mais provável é que não entendam o problema nem à primeira, nem à segunda, nem à terceira.
5. É verdade que os produtores portugueses são muito totós nisto de venderem uma imagem autêntica e atraente de Portugal. Mas convenhamos que concorrer com a Itália no campo da imagem não é propriamente fácil. Tu própria chamas ao teu arrozinho de abóbora "risotto".
6. Talvez um dia chegue a altura de os italianos cozinharem um "risotto di frutti del mare" e de lhe chamarem "arroz de marisco", tentando em vão imitar o "o" que se transforma em "u" no fim da palavra. E de dizerem "amore, gosto di te". E de se despedirem com um "até logo" em vez de "ciao". Mas esse dia está, ao que tudo indica, longe, e acho que não vale a pena stressar enquanto lá não chegamos. La vita è bella.
7. Yeah.

Comida e paciência

A minha relação com a comida é um disparate. Quando há algum motivo exterior eu cozinho razoavelmente. Lembro-me, de repente, de um salmão com natas e um bacalhau com natas - este cozinhado no México - que não me saíram nada mal (a escassez de ocasiões motiva a memória pronta) mas só para mim não tenho paciência. Obviamente que estou MUITO longe de ser um virtuoso da cozinha mas o grave é mesmo a falta de paciência (o quê!? Trinta minutos para cozer?!), que se aplica a muitas outras coisas na minha vida (pior só mesmo a minha indecisionice patológica).

Bons hábitos.


São para quem pode, já se sabe. Como almoçar em casa; hoje: risotto de abóbora. A pensar naqueles que se alimentam agora de taco bells e de doces coreanos, nos outros que se arrastam de cantina em cantina em busca dos baked beans menos maus ou ainda nos infelizes que sobrevivem à custa de legumes congelados... Para alguns, estarei obcecada com comida, mas gosto de comer e gosto de cozinhar e quanto melhor se come mais difícil é voltar atrás. Bom apetite!

PS: A propósito. O Monoprix - que é o Pingo Doce cá do sítio - tem uma colecção nova de azeites. Fazem parte da linha Gourmet, na qual se encontram azeite grego, italiano e espanhol. A nova colecção inclui uma mistura de azeite com limão e outra com sumo de mandarina que a julgar pelo preço e pela apresentação é Gourmet "Ultra Ultra". "Fabriqué au Portugal" MAS "selon une recette des Abruzzes" (Itália). Ora, eu não tenho nada contra. Nem contra o "fabriqué", nem contra a receita, que ainda não experimentei mas que deve ser deliciosa, sobretudo numa salada estival (já a estou a ver com abacates e camarão). Mas irrito-me. Irrito-me com os produtores olícolas nacionais que preferem exportar (quase sempre para o Brasil) azeite de menor qualidade (isto é, azeite de mistura) e que depois, para o mercado dito de "qualidade" produzem "selon une recette des Abruzzes". Quando Portugal tem, afinal de contas, CINCO denominações de origem protegidas...

A Road to Nowhere?

Getty Museum, L.A.

10 janeiro 2007

Globalização.

Home is where the Heart is.

08 janeiro 2007

Mais uma vez obrigado.

Pena de Morte

Não discuto detalhes ou conceitos.
Creio que este tema é auto-explicativo. Ainda assim, a discussão deve estar sempre em aberto.

Sou contra a pena de morte por que:
1 - Matar é um acto injustificável em si.
2 - Um estado de direito não se pode comportar do mesmo modo que as pessoas que está a punir. É, no mínimo, um paradoxo.

07 janeiro 2007

Arrivederci 2.



Três meses e uma semana depois, continua a ser Domingo. As malas - três - parecem o Godzila. Daqui a poucas horas vou ter de as domar e de as meter no comboio. Como ainda não sei. Detesto despedidas, detesto partir. Nunca me vou habituar. Este último troço do caminho é sempre, para mim, o mais difícil. Repleto de armadilhas que desafiam o espaço e o tempo. E a única coisa a fazer é não olhar para trás. Nunca, jamais, em caso algum. A não ser que o Godzila me pregue uma partida...

Arrivederci.


É asssim a Toscana em Janeiro.

06 janeiro 2007

Happy Together

Felicidades!

Muito obrigado a todos.

(Tendo em conta as circunstâncias, este é o meio mais rápido e eficaz de agradecer).

03 janeiro 2007

Nós, os murciélagos...

...sofremos muito. E eu nunca me dei muito bem com a ignorância, é cá uma coisa minha, sei lá.

Cambios en los métodos agrícolas y la ignorancia humana fueron su principal flagelo

Em Roma, sê Romano.


Caldeiras Caius Camillus (à la Dr Dude).

Ano Novo!

Momento de balanços idiotas!!! De forma que:

Melhor "cover" do ano: Tortoise e Bonnie "Prince" Billy interpretam "Daniel" de Elton John.

Sobremesa do ano: Mousse de alfarroba, iguaria algarvia.

Melhor queijo do ano: "ex aequo" Vacherin Mont d'Or derretido sobre batatas cozidas no forno e Gorgonzola forte, quanto mais verde melhor e se for à colher estou nas nuvens...

Urgências do ano: Castro Verde, eu, os velhotes com calor, uma injecção de cortisona e a oferta duma canjinha com massinha de letras.

Livro do ano: The Plot Against America, Philipp Roth.

Lugarejo do ano: Sabbioneta, Itália. Gnochis fritos. Moscas. E um teatro renascentista.

Metrópole do ano: São Paulo, Brasil. Uma metrópole com pastéis de bacalhau! E sandes de pernil. E caipirinhas feitas com saké e líchias. E o C. e os amigos dele.

Conceito do ano: Relativismo histórico (ao ouvir o Blue Monday dos New Order, Radagast pensa e fala no Domingo Desportivo).

Momento "I Want to Kill Myself" do Ano: Portugal perde contra a França quando eu estou em Paris.

Momento "AHAHAHAH É BEM FEITO E EU ODEIO-VOS TODOS" do Ano: cabeçada do Zidane quando eu estou em Paris.

Momento "Secalhar devia ir ao médico": ter medo de tubarões quando estou na piscina.

Momento "Quem me dera poder rezar sem que Deus soubesse que eu o estou a aldrabar": "Dear passengers, please fasten your seat belts, we are experiencing some heavy turbulence". Faltavam 7 horas de vôo.

Clara d'Ovo is back...

... com uma reflexão profunda (como é seu hábito):

O Ano Novo é como uma embalagem de chá.

Quando surgir um chá que se anuncie como uma "stressful cup of tea" (nota bene: not "soothing", "calm like" ou "for a relaxed and peaceful break"), virão com ele as decisões de ano novo como: começar a cuspir no chão, não limpar a casa de banho ou (yeah...), começar a usar o mesmo par de cuecas três vezes por semana.

Chamem-me cínica: a minha resolução de ano novo é não deixar para amanhã a loiça suja que posso lavar hoje (a não ser que se trate de uma chávena de chá ou de talheres, a loiça suja que mais ODEIO lavar). O ano passado não resultou: por volta do dia 15 de Janeiro ponderava comprar mais talheres de plástico... Mas este ano vou tentar outra vez!