31 janeiro 2009

Em ano de Darwin

"Darwin's great insight revolutionised the way in which we see the world ... But above all Darwin has shown us that we are not apart from the natural world – we do not have dominion over it. We are subject to its laws and processes, as are all the other animals on earth to which indeed we are related."

Como nos tornámos humanos.

Coisas de Alter-Ego

27 janeiro 2009

One way ticket


As meninas da TAP deixaram-me embarcar com bagagem a mais dizendo que da próxima vez terei de ter cuidado para levar menos tralha. Menos tralha é bem possível. Próxima vez, não sei, mas espero também que sim. Obrigado mais uma vez pela linda despedida-que-não-foi-despedida e por toda a coragem que com isso me deram... a partir de agora, os posts serão londrinos, mas as saudades serão as mesmas de sempre.

26 janeiro 2009

Service is back

Dear World:

We, the United States of America, your top quality supplier of ideals of democracy, would like to apologize for our 2001-2008 interruption in service. The technical fault that led to this eight-year service outage has been located, and the software responsible was replaced November 4. Early tests of the newly installed program indicate that we are now operating correctly, and we expect it to be fully functional on January 20. We apologize for any inconvenience caused by the outage. We look forward to resuming full service and hope to improve in years to come. We thank you for your patience and understanding,

Sincerely,
THE UNITED STATES OF AMERICA

25 janeiro 2009

De pequenino é que se começa a chacinar

Oh, que queridos

Michelito Lagravere Peniche tem 11 anos, mas já mata na arena desde os seis. Diz que não têm direito de o criticar porque ele não critica os rapazes que fazem motocross...

21 janeiro 2009

Atenção: a boa educação mata

20 janeiro 2009

Dois estados, em paz?

A necessidade de defesa das suas populações é um direito inalienável do estado de Israel. O não olhar a meios para o garantir é inaceitável. Richard Falk, representante do conselho dos direitos humanos da ONU, sintetizou-o dizendo que "Israel está a cometer uma chocante série de atrocidades, atacando uma população cercada e indefesa"; mas talvez ter sido bombardeado ele próprio lhe tenha toldado a visão.


Os argumentos para esta guerra assentam nos rockets do Hamas, que mataram 28 pessoas nos últimos oito anos. Fazer desta situação uma questão de números parece subestimar que cada vida humana é única e irrepetível. Porém, nestas semanas de ataques, o exército israelita matou mais de 1500 pessoas. Se isto não é desproporcionado não sei o que será… O governo israelita já veio minimizar estes números dizendo que metade destas pessoas eram militares do Hamas. I.e., o próprio exército israelita reconhece ter morto 700 pessoas inocentes, em retaliação às referidas 28. E os inocentes não têm onde se esconder, nem sequer os edifícios da ONU, onde civis buscando refúgio foram atacados.


Numa das escolas que a força aérea israelita atacou morreram 30 crianças. Não é para fazer a contabilidade das criancinhas mortas, apenas para chamar a atenção que num só dia, nesse ataque, nessa escola, morreram mais pessoas do que as que foram mortas por todos os rockets do Hamas em oito anos.


É esta acção a solução para o problema? Acabará este bombardeamento maciço com os rockets? Atacar a Faixa de Gaza deste modo apenas reforça os radicais do Hamas, tal como os ataques do Hamas reforçam as ideias dos radicais israelitas. E será que atacar uma maioria de pessoas desesperadas vai quebrar a vontade de retaliar? O ataque israelita visa recuperar a credibilidade militar perdida com o impasse do Líbano, e limita-se a usar uma estratégica de terra queimada para quebrar o Hamas. E, como não querem reocupar a Faixa de Gaza, os soldados israelitas usaram o máximo da sua capacidade destruidora.


Ao fim de dois anos ambos os lados estão bloqueados num padrão repetitivo de retaliações. Anos de uma estratégia coerciva não levaram a lado nenhum. Os Israelitas não estão seguros e os Palestinianos não têm um estado.


Enquanto rockets eram lançados, assentamentos israelitas iam avançado, mas a única opção dada aos palestinianos foi sempre "ou aceitam, ou aceitam". A palavra dada nunca foi uma prioridade de parte a parte, ninguém tem uma superioridade moral nesse campo. O comportamento de Israel incomoda-me mais por ser, internamente, uma democracia liberal. Esta sua acção exterior dá ao mundo uma péssima imagem de Israel mas também de todo o Ocidente. Uma democracia que subverte os seus princípios basilares de acordo com a conjuntura, procurando submeter os demais a condições completamente ilegais e desumanas, que quando aplicadas aos seus cidadãos são consideradas inaceitáveis, não é uma verdadeira democracia.


Os Israelitas devem ter a sua segurança garantida, e aos Palestinianos deve ser dada a esperança de poderem vir a viver com dignidade. Até agora as negociações têm assentado em cedências unilaterais por parte do lado mais fraco; e isso nem é escamoteado. Numa entrevista a uma soldado israelita esta dizia compreender que as condições dos Palestinianos eram complicadas, mas que isso não justificava as suas acções porque "...houve uma guerra e eles perderam. Deviam aceitá-lo e pronto".


E esta sexta-feira li alguém defender a operação em Gaza dizendo que tolerar os rockets do Hamas era a mesma coisa que aceitar que se lançassem rockets para o Marais parisiense. Bem, talvez se pudesse comparar a situação caso os italianos invadissem Paris, colocassem cinquenta mil dos franceses sobreviventes a viver na Ile de la Cité, lhes cortassem a água, a luz, a comida e os medicamentos.


Neste jogo de comparações alguém imagina o que aconteceria caso o Irão atacasse duas vezes na mesma semana um edifício da ONU, matando dezenas de pessoas no seu interior?

...the time has come to set aside childish things

To the people of poor nations, we pledge to work alongside you to make your farms flourish and let clean waters flow; to nourish starved bodies and feed hungry minds. And to those nations like ours that enjoy relative plenty, we say we can no longer afford indifference to suffering outside our borders; nor can we consume the world's resources without regard to effect. For the world has changed, and we must change with it.

18 janeiro 2009

A conquista mediática




Carlos Slim apresta-se para virtualmente comprar o New York Times. Novos tempos, em que do México vem algo mais que imigrantes ou droga. Para que tenham ideia, é como se o Belmiro comprasse o Le Monde (que bem agradeceria).